ArtigosEdição 002Léo Vilhena

Extremismo é nocivo em qualquer lugar

Há meses atrás, fiz um ensaio deste texto que apenas me revelou, para fins de filtragem — bloqueio — quem era de Direita (raiz), Direita (Nutella) e Esquerda, pendurados em meus perfis no Twitter (X) e Gettr, as únicas redes sociais nas quais sou ativo e tenho prazer em escrever.

Na realidade, não falei nada de mais e o alvoroço causado foi por causa daquela velha máxima: a carapuça ficou bem.

Recapitularei o que falei, numa versão corrigida e estendida.


Creio, de foro íntimo, que toda e qualquer atitude extremista, venha de onde vier, é insana, maldosa, desleal e nociva, diria até, de certo modo, infantil e desequilibrada, por abusar da plena falta de argumentos, daí recorrem aos xingamentos… mas do que estou falando?

Exemplificando, porque na internet temos que desenhar, gostando ou não, eu detesto as atitudes e figura do senhor ministro do supremo Alexandre de Moraes, jamais me verão xingando, amaldiçoando e faltando o respeito com a figura do ministro.

Respeito? Medo? Covardia?

Nada disso, apenas tenho inteligência o suficiente para compreender que, gostando ou não, concordando ou não, apreciando ou não, eu não gozo dos benefícios do artigo 53 da Carta Magna, e até aqueles que dele se cercam estão sendo inqueridos, ameaçados e processados. No Brasil as leis não são mais respeitadas.

Por isso, as minhas “armas” são as palavras, os textos, os pensamentos e as ideologias, conceitos, sem viés extremista, sem xingar, sem ofender e sequer ameaçar, porque ele, o iluministro, tem a Montblanc na mão, e ela é pesada, e não estou nem um pouco a fim de passar uma temporada na Papuda.

Muito mais do que receio, tenho respeito por uma autoridade constituída, gostando dela ou não, o que não me impede, em tempo algum, de reclamar, criticar, ser umas voz contrária e analisar seus feitos, e opinar, como jornalista formado e homem público.

Como homem público, ele também é.

Certa vez, em 2008, uma certa autoridade disse exatamente o seguinte:


“Quem não quer ser criticado, satirizado, fique em casa. Não seja candidato, não se ofereça ao público, não se ofereça para exercer cargos políticos. […] Querer evitar isso, por meio de uma ilegítima intervenção estatal na liberdade de expressão, é absolutamente inconstitucional”. O contexto da fala dele era o julgamento do STF sobre a liberação de sátiras e críticas a candidatos e partidos políticos nas eleições. Por unanimidade, o STF julgou que sátiras e críticas estavam liberadas por serem exercícios da liberdade de expressão.


O autor dessa frase, no meio de seu voto, pasmem, foi justamente o senhor Alexandre de Moraes.

Mas os tempos mudaram, mas as realidades se transformaram, porém, as narrativas são outras…

Nunca vi atitudes extremistas provocarem mudanças saudáveis, eficazes, efetivas ou transformadoras. Os caminhos são outros para promoverem mudanças…

Devemos ser sábios e coerentes, e lutar, ou resistir, usando a inteligência, resiliência, mas sem violência, sem atravessar o limite daquilo que é razoável, jamais atravessando o limite da lei e essa regra pode ser aplicada, em todas as áreas de nossas vidas.

Vamos tentar e aplicar?

Léo Vilhena | Jornalista
Editor da Rede GNI